sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Temos a mania de achar que amor é algo que se procura. Procuramos o amor em bares, procuramos o amor na internet, procuramos o amor na rua. Como um jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das salas de aula, nas plateias do teatro.
Ele certamente está por ali, tu quase podes sentir o seu cheiro, precisas apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor trás felicidade. Mas o amor não é um medicamento. Se tu estás deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproximará, e caso o faça vai frustrar as tuas expectativas, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza, ele não suporta a ideia de ser ingerido de quatro em quatro horas como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Tu já deves ter ouvido muitas vezes alguém dizer: "Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu". Claro, o amor não é parvo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que antes de tudo, tratam bem de si mesmas. "As pessoas ficam a procurar o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por tu teres resolvido os teus problemas". O amor, ao contrário do que se pensa, não tem que vir antes de tudo: antes de estabilizar a carreira profissional, antes de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que a partir do seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando na verdade o amor espera primeiro que tu sejas feliz para só então surgir diante de ti sem máscaras e sem fantasias. É esta a condição. É pegar ou largar. Para quem acha que isto é chantagem, arrisco a sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável e não é uma tarefa tão complicada. Felizes aqueles que aprendem a administrar os seus conflitos, que aceitam as suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem. Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados.

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